A virulência do idêntico
«Os tempos em que o outro existia passaram. O outro como mistério, o outro como sedução, o outro como eros, o outro como desejo, o outro como inferno, o outro como dor estão a desaparecer. Hoje, a negatividade do outro cede lugar à positividade do idêntico. A proliferação do idêntico é o que constitui as alterações patológicas que afetam o corpo social. O que o faz adoecer não é a retirada nem a proibição, mas sim o excesso de comunicação e de consumo; não é a repressão nem a negação, mas a permissividade e a afirmação. O signo patológico dos tempos atuais não é a repressão, é a depressão. A pressão destrutiva não vem do outro, provém do interior.»
Han,
Byung-Chul (2018). A Expulsão do Outro (p. 9). Lisboa, Relógio D’Água.
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