Liberdade de expressão é liberdade de pensamento!

"Massacre na Coreia", Picasso, 1951.

A ideia – de ampla atualidade – de que a liberdade de pensamento depende da liberdade de expressão encontra-se em Kant, que retoma a tese de Espinosa segundo a qual não se deve «tirar aos homens a liberdade de dizerem aquilo que pensam» (Espinosa, Tratado Teológico-Político, Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2004, p. 391).

O grande pensador da Aufklärung argumenta que «a liberdade de pensar contrapõe-se, em primeiro lugar, à coação civil. Sem dúvida, há quem diga: a liberdade de falar ou escrever pode-nos ser tirada por um poder superior, mas não a liberdade de pensar. Mas quanto e com que correção pensaríamos nós se, por assim dizer, não pensássemos em comunhão com os outros, a quem comunicamos os nossos pensamentos e eles nos comunicam os seus! Por conseguinte, pode muito bem dizer-se que o poder exterior, que arrebata aos homens a liberdade de comunicar publicamente os seus pensamentos, lhes rouba também a liberdade de pensar (…)». (Kant, “Que significa orientar-se no pensamento?”, in Idem, A Paz Perpétua e outros opúsculos, Lisboa: Edições 70, 2004, p. 52)

Se olharmos para a realidade atual, por exemplo através da liberdade de imprensa, podemos verificar que continua a haver muitos milhões de pessoas coagidas pelos seus governos, dos quais se destacam a Eritreia, a Coreia do Norte, o Turquemenistão, a Síria e a China como os piores países em termos de liberdade de imprensa, segundo o relatório de 2016 dos Reporters sans Frontieres

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