Autoridade – conquista-se, não se impõe!

«Creio que o respeito não se pode impor, tal como não se pode impor a amizade nem o amor (…).

Permitam-me uma reflexão. Quando dois alunos estão a bater-se no recreio, todos os professores já se viram obrigados a pegar-lhes na mão, a sacudi-los e a dizer-lhes:

– Não, não, isso está mal. Isso não se faz, têm de ser amigos.

Os rapazes vão cada um para seu lado e pensamos que resolvemos o problema. Experimentem então com dois adultos que estejam a brigar na rua, peguem-lhes na mão e digam-lhes que têm de ser amigos. Não costuma resultar, pois não?

O amor também não se pode impor. Não posso dizer a alguém: “Tens de amar-me”. Também não posso obrigar alguém: “Tens de respeitar-me”. Temos de ser capazes de procurar maneira de despertar o desejo desse alguém para ser amigo, para que nos ame ou nos respeite. O respeito, a amizade e o amor vêm de dentro e, por mais que irracionalmente queiramos puxá-los para fora, nada surgirá se não os conquistarmos.»

César Bona, A Nova Educação, Lisboa: Objetiva/Penguin Random House, 2017, pp. 203-4.

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