Ser adolescente… e a (in)compreensão dos adultos!

«O cérebro saudável de um adolescente é por natureza criativo, corajoso e curioso. Por isso, arriscarem e irem mais além do que sempre souberam e experimentarem com o mundo para situarem o seu lugar nele serão a única maneira de aprenderem muitas das capacidades de que necessitarão para serem adultos com boa saúde física e mental.

É preciso olhar para este período como se fosse um estágio de preparação para se tornar adulto. É um percurso, pautado por mudanças profundas físicas e psicológicas, que eles têm de atravessar por conta própria. Os pais podem guiá-los, mas não podem fazê-lo por eles. Este deve ser o tempo de excelência para aprender e crescer de forma mais autónoma, mas há algo muito importante que se pode fazer para os ajudar ao longo do caminho: fornecer a informação de que necessitam para iluminar o trajeto a seguir.
(…)
Devido ao aumento de matéria cerebral, o cérebro adolescente torna-se mais interligado e ganha maior poder de processamento. No entanto, a sua capacidade de tomada de decisão é ainda excessivamente influenciada pelas emoções, porque, neste período, os seus cérebros dependem mais do sistema límbico (o centro emocional do cérebro (…)) do que do córtex pré-frontal, que tornaria qualquer decisão mais racional.

Esta dualidade de competências dos adolescentes pode ser muito confusa para os pais, mas é importante entender que, ao longo da adolescência, o sistema límbico está sob maior controlo do córtex pré-frontal, a tal área que [no entanto] está agora precisamente muito ocupada com a sua própria maturação para que o indivíduo consiga desenvolver um pensamento de ordem superior e planear, ponderar e inibir ações.»

Rato, J. & Castro Caldas, A. (2017). Quando o Cérebro do seu Filho vai à Escola (pp. 50, 51). Lisboa: Verso de Kapa.

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